terça-feira, 26 de abril de 2011

Aécio e Requião põem Senado em xeque

Os que propõem a extinção do Senado Federal acabam de ganhar dois bons argumentos para a proposta. O principal argumento para a existência da Casa legislativa deixou de fazer sentido por ações de dois de seus membros, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Roberto Requião (PMDB-PR).
O Senado, também conhecido por “câmara alta”, seria a instância ratificadora das decisões da Câmara dos Deputados devido a uma suposta maior envergadura, se não moral, ao menos intelectual dos senadores. O cargo de senador, pois, é considerado de maior importância do que o de deputado federal.
Os recentes comportamentos pouco abonadores de Aécio Neves e Roberto Requião escandalizaram a sociedade.
O primeiro, enche a cara e sai dirigindo pelas ruas do Rio de Janeiro. Estando ou não a sua carteira de habilitação vencida, a gravidade é a mesma. Aliás, se estava mesmo dirigindo ilegalmente, o senador mineiro e tucano feriu as leis que tem obrigação de formular e, acima de tudo, defender.
O segundo, talvez tenha tido um comportamento ainda pior. Ao tomar à força o gravador de um repórter da TV Bandeirantes que lhe fez pergunta da qual não gostou, agiu como os velhos coronéis truculentos, de triste memória. Sendo um servidor do povo, agiu como se fosse mais do que um cidadão comum.
Ora, quando senadores – políticos que, supostamente, seriam mais sábios, experientes e honoráveis do que seus pares da Câmara dos Deputados – agem como moleques, que justificativa resta para a existência dessa dispendiosa Casa Legislativa que é o Senado Federal da República?

sábado, 9 de abril de 2011

Um dia de um abril sem esperança...‏

 
Eu recebi esse mail da Karim, (@karim_kavier) esta mulher excepcional pela qual eu sinto um misto de admiração e gratidão.
 
Tem dias que a gente se sente, como quem partiu ou morreu..
meu dia foi assim..
divido com você minhas reflexões...
@karim_xavier
 
 
Hoje quando acordei, havia sol, coisa não muito comum em minha cidade...
Solzinho gostoso, daqueles que aquece carinhosamente...
Mas eu me sentia gelada. Nada aquecia, nada mudava a sensação gélida. Me dei conta: Acordei sentindo frio na alma...
Olhei pra mim e me dei conta dos efeitos das noticias de 7 de abril no Rio de Janeiro , realengo.
Uma musica tranqüila insistia em ser cantada em minha mente: "meu pequeno cachoeiro, vim pro Rio de Janeiro pra voltar e não voltei..."  como que buscando um alento  para o frio gélido que me abraçava.
Me dei conta da frase que retumbava  " o que acontece no mundo???"
Somos brasileiros, desabituados a tragédias e calamidades da natureza (ou éramos.. ou anda, quem sabe, educados para ficarmos alheios à elas... ainda não sei...)
As frases insistem: que sobreviverá a tanta violência??
As perguntas ressoam... como foi que ninguém viu este menino, hoje monstro, isolar-se, recriar-se como ser capaz de tamanha monstruosidade?
Como estamos sendo pais, professores, agentes sociais de transformação???O que foi que perdemos no meio do caminho???
Além disso, como estamos sendo vizinhos, amigos, participes de comunidades??
Quando foi que a invisibilidade social passou a fazer parte da vida, como se fosse natural??
Quanto mais penso, mais angustia sinto, mais gélida fica minha alma...
Como mãe, não consigo colocar-me no lugar destes pais sem sentir uma dor que é maior que todas as dores juntas, nem sem sentir um desespero e tamanha impotência que também são maiores que todos os desesperos juntos...
Não há o que dizer, não há o que fazer, não há grito que consiga expressar ou tirar de dentro o que se sente...
 
Como profissional, vislumbro a longo prazo, a possibilidade do viver com o que restar , da melhor maneira possível, com toda a dor e  angustia subjacentes que irão os acompanhar pelo resto da vida... Vislumbro a possibilidade de usar a enorme energia da dor em fonte de transformação social...Mas em alguns momentos, hoje, eu duvidei disso...
Como mãe e profissional me pergunto onde foi que nos perdemos? O que foi que esquecemos no meio da caminhada?? Esquecemos que o cuidar é parte do papel de pais? Esquecemos que como educadores precisamos perceber, compreender, olhar para o educando??
Como colegas, esquecemos o respeito, a compreensão, o afeto??
Como seres humanos esquecemos o que é ser gente, ou nos esquecemos que o outro também é gente??
Minha alma continua gélida...
Pela primeira vez em minha vida, temi pelo futuro dos seres humanos...
Pela primeira vez na vida temi por meus filhos... e pelos seus.
 
Pela primeira vez na vida, nao consegui respirar e me refazer de esperanças para amanha...
Minha alma ainda esta gélida O calor nao me aqueceu...
 
Ainda assim...Ainda bem que amanha é um novo dia de abril...